Veterano correspondente de guerra conta suas experiências no front e tira conclusões sobre sua relação com o medo. A partir de suas próprias vivências, ele propõe sete passos sobre como lidar com essa força dominante da nossa sociedade, que nos paralisa em situações que nos tornam infelizes, e nos faz fugir quando deveríamos persistir. O repórter narra em detalhes suas experiências no Afeganistão, Paquistão, Iraque, Líbano, Geórgia/Ossétia do Sul, Líbia, Síria, Turquia, Irã, Haiti e Coreia do Norte, explicando os contextos históricos, políticos, econômicos, sociais e culturais. Suas observações sobre o funcionamento da coragem e do medo são baseadas nessa vivência, que tem um enorme impacto sobre o(a) leitor(a). As descrições detalhadas dos lugares e das situações nos transportam para esses países distantes, que se tornam instantaneamente familiares, por causa do interesse do repórter pela condição humana, que é universal. Mesmo com narrativas tão ricas e envolventes, o livro está organizado de forma que a proposta do autor para lidar com o medo seja clara e fácil de assimilar. Cada capítulo é dedicado a um dos sete passos, e eles estão interligados numa sequência que faz sentido, e que flui naturalmente junto com as histórias que vão sendo contadas. O resultado é uma combinação equilibrada de vivências extraordinárias, reflexões sobre a condição humana e um plano concreto para lidar com o sentimento que adoece a nossa civilização. Mesmo na guerra, as situações em que temos de reagir instintivamente a uma ameaça iminente não são contínuas. Menos ainda na nossa vida cotidiana, seja nas relações pessoais, no trabalho ou na rua. "Minha guerra contra o medo" ensina que o instinto é uma boa ferramenta apenas diante das ameaças iminentes. Em quase todo o tempo de nossas vidas, podemos recorrer a nossas experiências e à nossa razão para responder de forma elaborada, decidir entre ficar e ir embora, insistir e desistir. Se vivemos como se estivéssemos numa emergência permanente, então estamos adoecidos pela ansiedade e a angústia, mergulhados nas nossas fantasias, que são o fermento do medo. O fio condutor do livro é o que podemos fazer para sair do nosso mundo subjetivo, nos concentrarmos na realidade, nas outras pessoas e no momento presente. Embora toda a proposta seja baseada na observação, nas experiências do autor, a Conclusão do livro mostra que a neurociência tem ido na mesma direção de suas constatações empíricas. No Prefácio, o Dr. Fabiano Moulin de Mora